Laguna Verde - Bolívia

Parque Lauca: Tudo branco depois de uma noite fria
Em novembro de 1993 eu ganhei de minha irmã um guia da America do Sul da Editora Lonely Planet. Passei o verão folheando e lendo sobre vários países e um lugar em particular me chamou a atenção.

Laguna Colorada na Bolívia, o guia qualificava como o lugar mais maravilhoso e surrealista da Bolívia, cheio de vulcões, lagoas coloridas e um salar (depósito da sal).

Em fevereiro de 1995 fui matar minha curiosidade. Eu e minha namorada pegamos um avião para La Paz. Em La Paz procuramos algumas agências que ofereciam tours para a região da Laguna Colorada e descobrimos que era melhor ir para uma cidade próxima para viajar mais em conta.

Para passar o tempo em La Paz no fim de semana, resolvemos ir para um refúgio nas montanhas que tinhamos visto em uma agencia. Acordamos cedo e pegamos um ônibus até a parte alta da cidade e de lá um taxi. Tudo bem até aí. Comecei a ficar preocupado quando notei que a estrada era uma subida só.

O lugar era belíssimo. Montanhas ao redor com 6 mil metros de altura. Depois de andar hora e meia mais ou menos paramos no tal refúgio. Para minha surpresa, uma placa informava que a altura alí era de 4.500 m.

Na mesma hora começou a nevar e eu mal podia respirar direito. Para resumir, fiquei com o mal das alturas por tres dias: não comia, não conseguia andar, não conseguia dormir. Falar era difícil. Como o tal refúgio estava fechado, acampamos. Valeu a pena, mas deveriamos ter nos aclimatado antes.


O ônibus só passava algumas vezes por semana e a primeira condução que passou lá depois de tres dias. Pedimos carona e voltamos para La paz. Dias depois estavamos rumo à fronteira da Bolívia com o Chile. Pretendiamos acampar no parque Lauca. O ônibus saiu de noite e o condutor avisou que faria muito frio pela manha e que nós levássemos roupa para frio. Amanheceu o dia e ele estava certo. Paramos na fronteira e levamos aquela geral, a primeira de 5. Os guardas Chilenos não perdoam: mandaram descarregar o ônibus inteiro por varias vezes.

Parque Lauca

Salar de Atacama
Para se chegar no Parque Lauca você tem que pagar um tour e pedir para pernoitar lá. Para retornar, use o tour do dia seguinte. Vale a pena ficar uns dois dias ali explorando a região. Na primeira noite notei que o frio era abaixo de zero, mas nao sabia quanto. O guarda parque nos encontrou e perguntou como tinha sido a noite. Segundo o seu termometro fez -15°C. Sinceramente não passei frio, mas a barraca amanheceu dura de gelo. A altitude do parque é de 4600 mas estavamos melhor aclimatados e nada sentimos. Conhecemos um alemão que estava vindo desde a Alemanha de moto e que passaria pelo Brasil dali a alguns meses.


Dias depois fomos a Arica e de lá para São Pedro do Atacama, para visitar o Salar de Atacama. A cidade fica no meio do deserto rodeada de vulcões, um deles em atividade. A água vem de 40km de distância, do degelo das montanhas, tudo canalizado em uma valeta de mais ou menos 50 cm de largura. Esta água é distribuída entre as famílias de agricultores em cotas. A agua é bem racionada mas os Chilenos fazem milagres com ela, plantando no meio do deserto.

A cidade de São Pedro é bem agradável, super arborizada e cheia de crazy people do Chile que vão para lá tomar peiote. Pode-se fazer vários passeios ao redor de Sao Pedro: o Vale de La Luna, formações rochosas que lembram livros de ficção, campos de geiser, termas (aliás é uma delicia tomar banhos quentes ao ar livre) e o famoso Salar de Atacama, considerado um dos lugares mais secos da terra, onde não chove a 8 anos e a espessura da camada de sal é de 4 km. Alí foi um mar antigo que secou.

Laguna Colorada, Laguna Verde a Salar de Uyuni

Laguna Verde: Caminho do Salar de Uyuni, 500 Km com 40 vulcões e lagoas coloridas.
foto cedida gentilmente por Christian Inchauste

Eu estava de papo furado com uns amigos que conhecí por lá e dizia que queria muito visitar a Laguna Colorada. Na mesma hora eles me mostraram o mapa da região e disseram que eu estava ao lado do tal lugar. Realmente estava mas tinha um deserto e uma cordilheira no caminho. Nos informaram que talvez o Sr. Rodrigues nos levasse até a froteira da Bolívia. De lá uma outra condução nos levaria para fazer o passeio atá a Laguna Colorada e Salar de Uyuni. O caminho que tinhamos que fazer era voltar muitos e muitos quilómetros até um outro passo de cordilheira para dali entao ir a Uyuni.

Acordei cedo e junto com mais uns franceses iniciamos a melhor viagem que eu podia ter feito na Bolívia. Chegamos cedo na fronteira que era no meio de nada. A única coisa que informava que estavamos na Bolivia era um marco de pedra no meio do altiplano.


Alpaca em pose para foto no Parque Lauca
Esperamos um pouco e um rastro de poeira apareceu no horizonte: era nosso carro. De lá partimos para um abrigo situado ao lado da Laguna Verde, lugar lindíssimo. A lagoa muda de cor entre as 12 e 14 horas, ficando verde garrafa. Ela está situada aos pés do vulcão Lincancabur com 6200 de altitude, e a nossa altitude para variar era de 4600m. Dormimos lá uma noite. De manhã, recebemos a notícia de que nosso guia não viria e que o operador de rádio local iria em seu lugar. Na hora eu não sabia, mas depois notei que o cara nunca tinha saído mais que uns quilometros da Laguna Verde.


Primeiro dia de viagem: geisers, flamingos coloridos, montanhas, formações rochosas estranhas e niguém morando ou vivendo em aproximadamente 400km ao redor. A estrada era o rastro de outras Toyotas que ofereciam este tour.

A tardinha chegamos à Laguna Colorada, que era de cor vermelha, repleta de flamingos cor de rosa. Umas pedras enormes de sal pareciam icerbergs naquele panorama alienígena. Realmente valeu a pena ter ido parar lá e ver tal paisagem! Dormimos na Laguna Colorada para no dia seguinte ver algo ainda mais deslunbrante o Salar de Uyuni.

Laguna Verde.

Acordamos bem cedo e pé na estrada. Depois de 5 ou 6 horas de viagem estávamos num lugar toltalmente plano e branco, de onde se podia avistar a Cordilheira dos Andes ao longe. Devidor a uma ilusão de óptica, a Cordilheira parecia flutuar no ar.

Nos dirigimos para a Isla del Pescado. O guia também nunca tinha passado por alí. Enquanto andávamos, fui lendo no meu guia sobre um grupo de turistas que estava explorando o Salar e que, bem próximo a Isla do Pescado, atolou o Jeep. Foi terminar de ler a frase e a nossa Toyota também atolou! Isto é que é leitura interativa!

Isla "El Pescado"- Salar de Uyuni

Resolvi dar uma volta para conhecer a ilha. Parecia mesmo uma ilha no meio do deserto de sal. A vegetacao local era formada de cactos de 10 a 12 metros de altura. Quando chegou o pôr do sol tudo que era branco ficou multicolor e se confundia com o céu. Inacreditavel o espetáculo que vimos. Valeu a atolada. Tivemos que dormir no salar, o que não foi problema nenhum porque eu estava todo equipado com material de camping, inclusive comida. A noite foi de estrelas e mais estrelas.

Pela manhã coseguimos desatolar a Toyota e rumamos em direção a Uyuni, cidade próxima ao Salar.

Dicas:

A opcao mais interessante para se conhecer a Laguna Verde, a Laguna Colorada e o Salar é pegar um onibus ou avião de La Paz para Potosi e procurar as agências de viagens Altiplano ou Brisa Tour, em frente a Casa da Moeda (que vale uma visita).

fone/fax 591(062)25353,
CALLE AYACUCHO N19, 
POTOSI  
Uyana Potosi: Abrigo nas montanhas a 4500m. Passamos 3 dias com o mal das alturas
Eles oferecem tour para conhecer a mina de extração de prata da cidade. Peça para fazer um tour diferente do que todos fazem para a Laguna Verde. Não passe no Salar de Uyuni na ida. Vai ficar mais caro mas vale a pena fugir dos inúmeros tours que fazem este mesmo passeio. Passe um dia a mais na Laguna Verde para fazer trekking no vulcao Lincancabur. Nesta trilha tem ruinas incas e belos panoramas do Salar do Atacama. No meio do vulcão tem uma lagoa lindíssima. Potosi, cidade bem agradável para se passar uns dias, toda em estilo colonial e com precos bem baratos para comer e dormir.

Preco aproximado do tour: U$90 INCLUIDO ALOJAMENTO, E COMIDA(acomodacao muito simples, necessário saco de domir).


Onde dormir:

Casa Maria Vitoria. Calle Chuquisaca 148, fone 02-2-2132
simples, limpo e agradável, fica no centro da cidade.

El Hotel Central. Calle Bustillos,1230
Barato e também no coração da cidade.

Hostal Carlos V. Calle Linares 42
Novo e bonito perto da praça mayor, tem quartos com banheiros privativos.

onde comer:
Don Lucho, Calle Bolivar 765

Sumaj Orcko. Calle Quijarro quase bolivar
Mais barato, mas serviço lento

Como chegar a Potosi
AVIÃO:
Aeroxpress: Custo de La Paz a Potosi +- U$70

ONIBUS:
MUITOS MICROS FAZEM ESTA ROTA. Ir ao terminal de bus de La Paz

TREM:
SOMENTE DOIS DIAS POR SEMANA, domingo tem um trem mais rapido (11 HORAS)

Em Uyuni:
Uyuni tour (se voce for até Uyuni) ferroviaria hotel avenida
fone 063 2095

onde dormir:
O melhor lugar é o Hotel Avenida, ao lado das agências de turismo.


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